‘Favela precisa de educação, esporte e cultura, e não de terrorismo policial’, diz David Miranda

O deputado federal David Miranda (PSOL-RJ), nascido e criado na favela do Jacarezinho, falou à TV 247 sobre a política genocida do Rio de Janeiro nas periferias. Na quinta-feira (6), operação policial no Jacarezinho resultou na maior chacina da história da capital fluminense, matando 24 moradores e um policial.

Para o parlamentar, operações policiais deste tipo nas comunidades fazem parte do genocídio praticada pelo Estado contra os pobres. As mãos de Jair Bolsonaro e do governador do Rio, Cláudio Castro (PSC), segundo Miranda, estão sujas de sangue. “A violência policial do Estado sempre existiu contra as favelas, só que ela se intensifica mais nesses últimos períodos em que a gente tem vivenciado, porque é uma política pública de matar os pobres, é um genocídio. Hoje a gente não tem vacina, a gente não tem uma renda emergencial que dê alimento para as pessoas e vem o Estado ainda aterrorizando essa população”.

“É realmente uma política que vem do Bolsonaro, que o Bolsonaro fala que ‘bandido bom é bandido morto’. É uma política que é passada pelo novo governador, Cláudio Castro, que fez conversa na semana passada com o Bolsonaro e a resposta deles para poder dividir e modificar o debate público sobre a renda emergencial e sobre a vacina é começar essas operações, fazendo uma divisão do debate público. A gente vê mais uma vez aí uma chacina, 25 corpos. Pessoas que estão desaparecidas na favela ainda, que não foram encontradas. Mais de 40 mil pessoas aterrorizadas, com medo de sair e não sabendo se vão conseguir voltar, se vai ter algum tipo de operação. É uma política que já demonstrou na prática que não funciona”, completou.

O deputado desmontou a narrativa da polícia de que a operação tinha como objetivo desmontar as quadrilhas que dominam os morros do Rio. De acordo com David Miranda, o que as periferias precisam é de educação, esporte e cultura, e não de terrorismo policial. “Se a polícia e o Estado querem realmente fazer uma diferença, eles vão investir em educação, vão investir em cultura nesses ambientes, em esporte. Aí sim você vai ver o jovem e a jovem desses lugares tendo um subsídio do Estado e tendo condições de não ir para o tráfico, mas sim procurar seu primeiro trabalho. Se eles querem fazer uma mudança de política, é essa política que a favela precisa, e não a política do terrorismo, do genocídio”.

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